RICARDO PAPA: O treinador segue no mercado analisando e aguardando novas propostas para dar sequência em sua carreira vitoriosa.

RICARDO PAPA se define como um adepto a metodologia sistêmica, gosta de conceitos e princípios do jogo de posição, prefire o jogo reativo mas sempre trabalha, todas as fases do jogo para possíveis  eventualidades, de acordo com a semana aplica uma programação ideal para cada jogo, mas segue assim...recuperação ativa, força específica, aquisição, velocidade específica, pre-ativação...difilcilmente faz coletivo a vontade, seus aprontos são direcionados, guiados e com objetivos...gosta das sessões de cunho setoriais, abordagem fractal de treino, acredita que se quer melhorar o jogo, tem que estar sempre jogando.  Conversamos com o treinador sobre o mercado de treinadores no Brasil.

T.B.: Qual a percepção do amigo sobre o mercado de treinadores do Brasil?

RICARDO PAPA: A função vem sendo muito mais concorrida, a classe buscando mais conhecimento e qualidade de trabalho, mas tem poucas oportunidades, ainda uma confusão entre ex atletas e estudiosos, temos muito a evoluir e longe de uma resposta ideal e pertinente.

T.B.: Como o amigo avalia o processo de certificações da CBF para as licenças concedidas?

 RICARDO PAPA: Muito eletizada, a classe mais humilde não tem muito acesso devido aos altos valores, e os Case e experiências fogem da realidade de clubes de divisões inferiores. Eu acho que podiam apresentar um material específico para cada realidade e acesso diferenciado para cada divisão ou classe.

T.B.: Qual a maior dificuldade encontrada pelos treinadores com relação aos clubes?

RICARDO PAPA: São várias vertentes inerentes ao assunto, mas o principal na minha opinião são os dirigentes que na sua total maioria, não tem capacidade de gerir um clube, são conservadores, clubistas, armadores e situacionalistas, influenciam negativamente no trabalho e agem sempre com a emoção, sem ter noção nenhuma de gestão empresarial e humana.

T.B.: Qual a opinião do amigo sobre a instabilidade da profissão?

RICARDO PAPA: Inexistente no Brasil, temos uma cultura imediatista, onde quem ganha é o melhor, o resultado a qualquer custo, não temos dirigentes capazes de analizar o trabalho de um treinador, o resultado é sempre o parâmetro, o trabalho nunca é justificado, outras vertentes implicadas no processo nunca analisados, independente das circunstâncias, sempre sobra para o treinador. Falta respaldo trabalhista e sindical, ou seja, estamos longe de uma profissionalização geral. Cada vez mais, qualquer um entra no ramo, não temos padrão, nem estratégias de contratação, sempre é no QI, o dirigente sempre sabe o que o time precisa, mas não sabe contratar um profissional no perfil que deseja, lamentável!

T.B.: Qual a importância e como o amigo avalia o trabalho de base realizado nos clubes brasileiros?

RICARDO PAPA: Na base o treinador não consegue formar, pois tem a pressão do resultado, sempre opta pelo mais alto, mais forte e veloz...dentro de campo opta pelo jogo reativo, empobrecendo o mesmo e diminuindo a qualidade, os profissionais precisam de tempo, segurança e tranquilidade para desenvolver um processo de qualidade.

Nossos agradecimentos ao treinador RICARDO PAPA, pela atenção e cordialidade de sempre com a página: https://www.facebook.com/treinadoresdobrasil/

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